Ler “Ubuntu e a metafísica vodum: o pensar filosófico a toques de tambor de mina” nos faz dançar sob as águas encantadas; é um chamado para aprender segredos das matas e ouvir o silêncio ancestral que há em cada uma, em cada um de nós. É um exercício próprio da Filosofia Africana, do Ubuntu: cuidado ancestral! E por ser ancestral é dança, é escuta, é coletivo, partindo dos muitos eu’s que há em cada uma de nós, com-partilhando a ancestralidade que nos permite ser quem somos... Encantando. Toque de tambor que permite acordar, escutar e fazer dançar a ancestralidade que há em nossa intimidade, pois “nossos passos vêm de longe”. Portanto, esse livro é um convite à escuta sensível e ao fortalecimento do nosso pertencimento negro ancestral. Os toques de Tambor de Mina é a filosofia africana re-existindo em terras brasileiras, encantando nossas existências, ensinando que somos ancestrais tecidos pela natureza, pois somos natureza! Natureza que que dança, que en-canta. É preciso ouvir. É preciso sentir. É preciso experienciar a filosofia africana que já está em nós. Luís, admiravelmente e corajosamente (em tempos genocidas e epistemicidas) nos chama (como as chamas de uma fogueira) para essa experiência que dança, que en-canta, que é coletiva, mas parte do interior do seu e de nossos corpos aprendizes e produtores do conhecimento. Escutem os tambores e dancem. O dançar é viver, aprender, conhecer, ensinar, filosofar de corpo inteiro. Adilbênia Freire Machado