A árvore genealógica da moderna narrativa policial começa com Auguste Dupin criado por Edgar Allan Poe em meados do século XIX, populariza-se com Arthur Conan Doyle e seu Sherlock e ramifica-se (com muitos galhos tortos) durante todo o século XX por mãos, muitas vezes, consideravelmente menos hábeis. Se os frutos nem sempre correspondem a esse belíssimo patrimônio, digamos genético, não é por culpa do patriarca do clã. O Dupin de "Os assassinatos da Rue Morgue", "O mistério de Marie Rogêt" e "A carta roubada" é um personagem impagável. Nobre falido e excêntrico, Dupin se compraz em utilizar apenas seus agudíssimos recursos de análise e dedução para desvendar crimes que deixam impotente G., o Chefe de Polícia de Paris.