O livro trata de diferentes aspectos do enquadro, prática policial de parar alguém e revistar seu corpo sob a ameaça ulterior do uso da força. Nos últimos anos, a taxa de enquadros cresceu vertiginosamente na cidade de São Paulo e a prática passou a ser reputada como o “carro-chefe” da atuação policial. Essa transformação foi gestada por um processo político-institucional em que o uso dos enquadros visava recuperar a imagem da Polícia Militar e garantir a sua sobrevivência em um contexto de profunda crise de legitimidade. Os efeitos concretos dessa política foram compreendidos a partir de uma pesquisa documental minuciosa sobre o uso dos enquadros em unidades PM de áreas centrais e periféricas, que permitiu penetrar a realidade cotidiana do policiamento, desvelando mecanismos concretos da seletividade da vigilância policial.