"Pela preservação do humano: antropologia filosófica e teoria política", publicado pelo selo A Girafa, reúne ensaios que, versando sobre diversos temas filosóficos - inclusive o da Antropologia filosófica -, abrangem também questões de teoria política, teoria esta considerada em um sentido bastante amplo, no qual se insere, como uma constante, a preocupação com o homem, com a história e com as crises.

Como nos explica o autor, o acadêmico Nelson Saldanha, “o humano, que ocorre no título e em um dos textos do livro, alude a um conceito óbvio, mas mal definido, e por assim dizer fluido em seus contornos, os quais correspondem a configurações superpostas ou a algo corruptível e deformável, mas constante e preservável. Faces do humano, portanto: ambiguidades, complementaridades e perecibilidades”.

Saldanha discute a ideia de que preservar o humano é mais do que aplicar ao ‘gênero’ humano o princípio de conservação, de teor biológico, e mais do que cumprir o caráter metafísico, presente em Spinoza. Corresponde, em verdade, à concretização da consciência histórica. Esta, expressada de diversas maneiras no pensamento moderno – inclusive nas tentativas de esquematizar em “períodos” a evolução dos tempos -, sempre aparece como esforço no sentido de garantir a continuidade da experiência humana no tempo.