Há livros que se leem com os olhos. Outros, com o coração. Este, porém, exige mais: pede que o leitor ouça. Cada conto aqui reunido por Pedro Mastrobuono, autor do poético e pungente O Baú — texto que nomeia o livro —, é um instrumento solitário, mas também parte de uma sinfonia maior, composta de emoções humanas e de seus delicados arpejos: solidão, esperança, memória, ausência, recomeço. A prosa de Pedro Mastrobuono é lírica, profunda, mística, como se cada conto fosse uma partitura de alma. Não se trata de textos sobre instrumentos, e sim com eles — como se fossem personagens, arquétipos, espelhos de nossa condição. Ana Maria Bernardelli