Este livro traz o estudo de alguns filmes dirigidos por Peter Greenaway, dos primeiros filmes experimentais (Intervals, de 1969) até o longa-metragem A última tempestade, de 1991. A abordagem dos filmes tem como objetivo apontar para as camadas de significação que permeiam nas construções narrativas do cineasta. Os filmes, entendidos como objetos autônomos de sentido, são enfrentados em sua estrutura interna e, em sua maioria, trazem uma marca forte do estilo de Peter Greenaway: a intertextualidade com um campo vasto de referências, em que transborda o excesso de citações, o sentido enciclopédico de organização do conteúdo, o apego aos sistemas de classificação e de organização, o excesso trabalhado como um valor, o grotesco na abordagem dos temas e no tratamento dos personagens. Desta forma, o livro de Gilberto Sobrinho trata de um diretor que possui uma filmografia quantitativamente expressiva. Há uma análise para filmes já bastante estudados no Brasil, como O cozinheiro, o ladrão, sua mulher e o amante e O livro de cabeceira, que ganham rigor acadêmico com uma forma de abordagem e de análise que destaca força do estilo de Greenaway.