Um conjunto de pensamentos, poemas e anotações de Aníbal Machado.

Aníbal Machado foi um escritor de fronteira. Escreveu contos, ensaios, poemas em prosa, foi tradutor de Kafka, assinou roteiros para o cinema e crítica de artes plásticas. Nunca parecia satisfeito. Um balanço das inquietações que o norteavam está nesses Cadernos de João, conjunto de anotações, poemas e pensamentos que dele vêm traçar um magnífico retrato interior.

Publicou Cadernos de João em 1957. O volume foi formado pela reunião de duas obras anteriormente publicadas em edições de pequenas tiragens, destinadas a bibliófilos: ABC das catástrofes e Topografia da Insônia (1951) e Poemas em prosa (1955). Para entrarem no novo livro, ambas foram revistas e ampliadas, o que significou, ainda, a inclusão de um certo número de fragmentos inéditos no volume. Descontando-se alguns dos textos prévios, Cadernos de João é um livro de reflexões sobre temas variados, entre os quais sobressaem os da filosofia, indicador da extensa cultura de Aníbal e da sua capacidade de pensar, certeira e limpidamente, sobre questões essenciais do mundo e da existência.