Em edição revista e ampliada, A raiz das coisas, do renomado diplomata Carlos Henrique Cardim, possui prefácio novo do autor sobre a importância de Rui Barbosa e de suas ideias democráticas para Brasil e o mundo.

Em A raiz das coisas – Rui Barbosa: o Brasil no mundo, o diplomata Carlos Henrique Cardim reúne material valioso para reconstruir de maneira atualizada a extraordinária participação do célebre advogado e jurista brasileiro Rui Barbosa na Segunda Conferência da Paz de Haia, de 1907. Nela se reuniram, pela primeira vez, todos os Estados soberanos à época. A atuação de Rui Barbosa redefiniu o lugar da política externa brasileira.

Escolhido pelo barão do Rio Branco para representar o Brasil no exterior, a “Águia de Haia” posicionou-se, veementemente, contra a proposta dos Estados Unidos, que, apoiados pela Alemanha, trabalhavam para criar uma Corte de Justiça Arbitral Internacional. A proposta estadunidense feria, segundo Rui Barbosa, o reconhecimento da igualdade entre todos os Estados soberanos.

Correspondentes estrangeiros da época, entre eles William T. Stead, impressionaram-se com a tomada de posição convicta do Brasil — até então considerado uma nova República: “A questão que então se suscitou na conferência […] era um destes grandes problemas políticos que surgem de tempos em tempos para pôr à prova a coragem e desafiar o discernimento da humanidade. […] E não ficará resolvida em um ano, nem porventura em uma geração, porque toca a raiz das coisas, interessa aos mais sólidos princípios que governam a ação humana. Em sua essência consiste nisso: se a Força ou o Direito deve ser o fator dominante nos negócios do homem.”

Esta nova edição de A raiz das coisas conta com um ensaio sobre os telegramas trocados, durante a Conferência de Haia, entre insigne baiano e o barão do Rio Branco.

Revisado e atualizado, este livro retorna como uma homenagem ao centenário de falecimento de Rui Barbosa, grande pioneiro da diplomacia brasileira e um dos responsáveis pelas criação das relações internacionais de nosso país. A raiz das coisas é imprescindível para quem busca conhecer mais da história da atuação do Brasil no mundo, bem como, para quem se interessa pelo Direito em sua faceta humanista, democrática e intelectual.

“Rui Barbosa foi, entre nós, refletida ou espontaneamente, o ideólogo de uma reforma da sociedade. (...) essa reforma pode ser chamada, dentro dos limites que indicarei, a ascensão da classe média.” - San Tiago Dantas em “Rui Barbosa e a Renovação da Sociedade”

“Hoje sabemos que mais do que o seu vernáculo, do que o seu purismo, o que fica de Rui é a capacidade de sacrifício. Ele soube sempre perder. (...) Como a semente do Evangelho que precisa morrer para frutificar, ele soube morrer pelo dia seguinte do Brasil.” – Oswald de Andrade em “Rui e a árvore da liberdade”

“Rui foi um humanista, não só pelo culto apaixonado do verbo, aprendido para além de sua mera significação pragmática, mas também pelo grau de seu desapego à certeza do êxito, pela sua virtù do risco, pelo amor à nobreza do gesto de optar.” - Miguel Reale em “Posição de Rui Barbosa no Mundo da Filosofia”